sexta-feira, agosto 03, 2007

Araruta

Araruta:

Para mingaus, bolos, biscoitos e brevidades...

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Histórico

A araruta, planta da família Marantaceae, é um arbusto com 0,6 a 1,2m de altura e não tolera solos sujeitos ao encharcamento e áreas que apresentem inverno quente e seco. Dela, aproveitam-se os rizomas para a extração de fécula, ótimo alimento, principalmente para enfermos e crianças de tenra idade, graças à sua fácil digestibilidade. Tem também aplicação em indústrias alimentícias, como constituinte de chocolate e outros confeitos finos. Caracteriza-se, ainda, por ser um produto sem odor, pouco brilhante e de reação neutra. O suco dos rizomas, em estado fresco, contém substâncias acresce, segundo alguns autores, os silvícolas o empregam na cura de ferimentos causados por flechas envenenadas e picadas de insetos peçonhentos.

Cultivares

Mercado interno: Comum e Creoula.

Plantio: No Brasil o cultivo da araruta encontra boas condições ao nível do mar e em clima temperado. Solos arenosos e profundos são os ideais por favorecer o crescimento dos rizomas. A presença de argila pode ser necessária em per;iodos de seca, mas o exsso de umidade leva ao empobrecimento dos rizomas. O solo precisa ser arado com até 20 cm de profundidade para que fique bem fofo. São usados os rizomas inteiros, pois proporcionam maior índice de brotação, ou mudas dessas brotações. Nesse caso, é preferivel plan tar os rizomas em viveiros e depois destacar as mudas quando os brotos atingirem 10 cm. Coloca-se as mudas no fundo dos sulcos de 10 cm, com distância de 40 cm entre eles, recobertos de terra. São necessárias de2 a 3 toneladas de mudas por hectare.

Especificações técnicas

Época de plantio: junho-setembro.

Época de colheita: maio - setembro.

Espaçamento: em sulcos de 10cm de profundidade, espaçados de 70–80cm, plantar a cada 30–40cm a parte casal (parte fina) dos rizomas graúdos, ou rizomas de 50–100g.

Mudas necessárias: 2–3t/ha (rizomas).

Calagem e adubação: de acordo com a análise do solo, aplicar calcário para elevar o índice de saturação em bases a 50%. Aproveitar o efeito residual dos adubos empregados na cultura do ano anterior, ou aplicar no plantio 40–80kg/ha de P2O5 e 30–50kg/ha de K2O. Em cobertura, 30–60 dias após o plantio, aplicar 30kg/ha de N.

Outra sugestao: 415 quilos de superfosfato simples e 72 quilos de cloreto de potássio por hectare. Adubar no sulco e, quando as plantas estiverem com 20 cmde altura, aplicar 125 quilos de sulfato de amônia ou nitrocálcio por hectare.

Outros tratos culturais

: capinas e chegamento de terra às plantas, à medida das necessidades.

Controle de pragas e moléstias: vaquinhas do gênero Colaspsis, as pragas de mais comum ocorrência, são combatidas efiazmente com pulverizações de inseticidas fosforados; brocas-dos-rizomas: seu combate só pode ser feito preventivamente com inseticidas de solo; murcha-bacteriana, o principal problema da cultura da araruta: somente medidas preventivas, tais como uso de mudas de plantações sadias, plantio em locais onde a moléstia nunca ocorreu e proibição de trânsito entre lavouras doentes e sadias.

Colheita: maio-setembro, após um ciclo vegetativo de 9–12 meses, por ocasião da seca da parte aérea. Pode ser manual, com enxadões ou mecanizada. As folhas ficam murchas, com coloração parda, tornam-se amarelo-palha e esbranquiçadas, não se mantêm mais eretas e tombam no solo.

Produtividade normal: 10–20t/ha de rizomas.

Rotação: milho e adubos verdes.

Utilidade: O rendimento da araruta oscila entre 6 a 12 toneladas de rizomas por hectare e cada 100 quilos de rizomas resultam em 15 a 18 quilos de fécula. Após a colheita, os rizomas destinados ao novo plantio devem ser armazenados em ambiente seco e bem protegido. Os destinados à produção da fécula precisam ser descascados com cuidado. Caso isso não aconteça, a fécula ficará de cor amarelada e cheiro forte que só tendem a desvalorizá-la. Depois de descascados, são ralados para obter massa, que é, então, lavada com água sobre um pedaç o de tecido de algodão ou peneira. A fécula atravessa o tecido e os resíduos fi cam retidos. O resultado é um pó fino, branco-acinzentado e sem cheiro. Tem reação neutra (pH neurto) e com água fria forma uma pasta não viscosa. A fécula da araruta pode ser utilizada no preparo de mingaus, bolos, cremes e biscoitos. De fácil digestão e tida como restauradora de forças, é idicada para criaças e idosos e para pessoas em convalescença ou com debilidade orgânica. A oferta reduzida desse produto sempre provocou tentativas de falcificação com amido de arroz, trigo , fécula de batataou mandioca. Uma empresa paulista que oferece a fécula ensacada chegou interromper por alguns meses a produção por não encontrar produto de qualidade no mercado. No entanto, é fácil detectar a fraude. A fécula da araruta pura misturada com água quente proporciona uma pasta transparente. Caso seja falcificada, a pasta fica gosmenta.

Observações: na industrialização efetuar criterioso descascamento para eliminar óleos essenciais da película que envolve os rizomas, desintegrar, lavar a massa ralada com água, coar em peneira de 200–400 mesh, decantar, escoar o excesso de água, secar e triturar.

FONTE: INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS – SÃO PAULO

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Embrapa lança cartilha da Araruta

http://www.cnpab.embrapa.br/destaques/livro_araruta.html

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